LUGARES COMUNS
Luís Coquenão09.04 — 18.06
O Forum Arte Braga tem o prazer de apresentar “Lugares Comuns”, uma exposição individual do artista Luís Coquenão.
Na sequência de ideias manifestadas em trabalhos anteriores, o tema central da exposição destaca a constante transformação da natureza e do fluxo do tempo como uma narrativa contínua.
Com a aplicação da improvisação gestual como ação resultante da utilização de técnicas aleatórias como meio de recomposição da ordem do significado implícito no acaso, o processo passa a revelar uma série de horizontes gráficos.
Inerentemente poéticos, estes horizontes e paisagens em mutação contêm o estado de fluxo descrito dentro da filosofia de Heráclito, que reconhece as transformações contínuas e a impossibilidade intrínseca de permanecer o mesmo e de ser contido.
Juntamente com a aplicação da água na superfície, a gravidade entra em ação para revelar a imprevisibilidade do resultado final das pinturas. É evidente como este gesto improvisado, este acaso metódico, pode ser entendido como um exercício que nos permite chegar ao imprevisto. Aqui, o significado de causalidade não deve ser confundido com o conceito de acidente, mas sim discutido como o uso metódico do acaso e as formas que este pode assumir na arte e, mais especificamente, na pintura. Tal como a autora Sarah Troche descreve, "O acaso apenas levanta uma questão onde rompe com o paradigma do acidente". O acaso, distinto do acidental sem forma, é considerado como um método atento no qual o inconsciente é explorado conscientemente.
A perceção da realidade de cada pessoa é única e muda no momento em que entramos num novo presente fugaz que, paradoxalmente, também se apresenta como familiar e não familiar.
À medida que identificamos o mundo em termos de como ele nos molda e, em resposta, como nós o moldamos, "Lugares Comuns" interessa-se pelo próprio ato de pintar como uma forma de explorar o que é considerado comum entre nós.